domingo, 28 de fevereiro de 2010

A Malwee e o Intocável

"será que vamos conseguir vencer?" - Será (Legião Urbana)

É nessa quarta, dia 03/03/2010 que a Malwee Futsal (Malwee/Cimed) volta às quadras contra o Fortaleza, pela Superliga, que acontecerá em Betim, Minas Gerais. E com a competição se aproximando, meu pai ficou curioso para saber como seria o elenco da Malwee/Cimed depois de tantas confusões, entre elas, o pedido de saída da então "grande" contratação Vander Carioca. Acontece que, olhando o elenco, eis que surge um nome qualquer, vindo de uma cidade de nome tanto quanto curioso. O nome dele é Jonathan e aqui em casa já ganhou um apelido, "Intocável". Não que ele seja um jogador de extrema velocidade e habilidade, que faz com que os adversários não consigam marcá-lo. (Na verdade, eu não sei. Tomara que ele seja). Mas, aqui em casa ele ganhou esse apelido devido à sua cidade natal: Não-me-toque. Sim, é isso mesmo. Não-me-toque é o nome da cidade. Quando meu pai me mostrou, dei risada. Pesquisamos no Google para confirmar a veracidade da informação (já que o site da Malwee Futsal não é lá dos mais confiáveis). E, ela foi confirmada. A cidade de Não-me-toque é localizada no estado do Rio Grande do Sul, na microrregião de Alto Jacuí. E essa cidade de nome incomum é a cidade de um dos novos reforços da Malwee. O "Intocável".
Brincadeiras à parte espero que ele jogue bem. Já que acredito que vamos necessitar de jogadores de qualidade. Em minha opinião, a Malwee deixou a desejar nas contratações para a temporada de 2010. Perdemos jogadores de qualidade no ano passado, e não contratamos ninguém com uma certa reputação que possa nos ajudar.
Daí, depois dessa minha colocação, há quem diga que tínhamos trazido o Vander, mas ele deu pra trás. E, particularmente, não acho que essa desistência tenha sido de todo mal para a Malwee. O Vander sem dúvida, é um jogador de extrema habilidade. Porém não é mais um garoto e, portanto, não é o que a Malwee precisa. A Malwee precisa de gente nova, com velocidade, habilidade, vontade de jogar. De jogadores experientes estamos bem servidos. Lenísio, Falcão, Márcio (que está de volta - outra contratação desnecessária, já que ele tem jogado peca nos últimos tempos), além do Valdin (que agora está de volta - dessa contratação eu gostei. Apesar da idade que começa a pesar para o Valdin, gosto do futsal dele), fazem com que nosso time tenha uma experiência e tanto. Por isso precisamos de jogadores novos, para que possamos equilibrar experiência e juventude. Afinal de contas, se Falcão, Lenísio e um outro vovô (com o perdão da expressão) jogarem juntos, com o Chico ou Leco lá trás para dar uma assistência, teremos um ataque e tanto, mas a nossa defesa ficará desfalcada, já que Lenísio e Falcão não tem um poder de reação, nem velocidade suficiente para se no caso perderem a bola lá na frente, voltarem correndo para impedir o contra-ataque. Por isso digo: O Vander e outros jogadores "experientes", não são a solução para a Malwee nesse momento. Necessitamos de jogadores novos. Talvez, não tão novos, mas que não estejam na casa dos trinta. Sim, temos jogadores como o Lucas, o Dian e o próprio "Intocável". Mas a pergunta é se eles darão conta do recado. Questiono isso porque, ano passado não deram. E a direção da Malwee/Cimed insiste em dizer que eles darão. Tomara.
Não que eu não tenha esperança de que esse time vai dar certo. (O único time no qual eu perdi as esperanças é o Juventus). Só tenho algumas dúvidas. Vale lembrar que o Carlos Barbosa também se reforçou, por isso temos que estar bem preparados. Nosso objetivo não pode ser outro além de conquistar a Liga Futsal. E é nisso que temos que estar focados.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Para um amigo.

"Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração" - Epitáfio (Titãs)

Depois de muito tempo sem postar nada, volto hoje com uma homenagem póstuma a um amigo.


Como já dizia Raul: "Se é de batalhas que se vive a vida". Sim, a vida é feita de batalhas. A cada dia nos deparamos com novas delas. Umas mais difícies, outras nem tanto. A questão é que nem sempre conseguimos vence-las, e infelizmente, elas podem nos tirar a vida, seja a nossa vida ou a de um amigo.
Ontem, 19 de fevereiro de 2010, perdi um amigo que me conhecia desde que nasci. Alguém que já era da família. Melhor amigo do meu pai, da minha mãe, melhor amigo dos melhores amigos de meus pais. Um homem sempre alto astral, de bem com vida. Amigo para todas as horas.
Meu pai o conheceu a mais de vinte anos, trabalhavam juntos na WEG. E, acredito eu que tenha sido assim, de uma relação de companheirismo profissional nasceu uma amizade. Amizade que era sempre fortalecida a cada dia, a cada reunião de amigos, que também trabalhavam na WEG, que hoje também sofrem com sua perda.
Ele, com sua esposa (outra grande amiga) foram padrinhos de casamento de meus pais,  e como já disse antes, e redigo agora, ele era um grande amigo, um irmão para meus pais.
E que outro adjetivo posso eu dar a ele, falando exclusivamente de minha relação com ele, se não um grande amigo. Talvez, um segundo, ou mais um pai. Como me disse seu filho no velório: "É Gui, perdemos um pai."
A dor de perder uma pessoa dessas é enorme. Um sentimento de tristeza nos invade, e confesso, que estou contendo lágrimas enquanto escrevo esse texto. Ainda mais, porque isso foi muito repentino. Há cerca de um mês, ele ainda estava conosco, nas festas. Hoje, descança em paz. Dói, mais ainda quando penso nos planos dos quais ele sempre falava. Daquilo que iria fazer quando se aposentasse, quando completasse trinta anos de WEG. De quando então, ele poderia finalmente ir morar nas praia. Aproveitar o apartamento novo, que ele e sua esposa (minha amiga) compraram na metade do ano passado. Dói quando penso que há exatamente 51 dias, estávamos juntos (ele, sua esposa, meus pais e eu), em seu apartamento, olhando os fogos de ano novo. E como meu pai comentou comigo hoje, e já me havia ocorrido que, nesse mesmo ano novo, nos desejamos felicidades, SAÚDE. E então, me pergunto, que saúde ele teve em 2010? A partir do dia 3 de janeiro desse mesmo ano, um problema com as plaquetas (fragmento da célula do sangue responsável pela coagluação do sangue) fez com que ele fosse para o hospoital. Melhor, ele voltou para sua rotina. Mas o problema retornou e outros apareceram. Há mais ou menos uma semana e meia, quase duas para ser mais preciso, ele foi internado em Joinville, por estar muito fraco. Lá, no hospital, comemorou vinte anos de casado. Lá, nesse mesmo dia, foi tirada a última foto dele vivo (foto que estava na cabeceira de seu caixão no velório) ainda nesse mesmo dia ele foi as pressas para a sala de cirúrgia devido à uma apendicite aguda. Depois disso, não acordou mais. Quando os médicos fizeram a cirúrgia, o apêndice já havia estourado, causando uma  infecção generalizada e o levando para a UTI, onde ficou em coma induzido. Digo que ele lutou bravamente, durante uma semana, passando por mais uma cirúrgia e uma hemodiálise. Mas, as 10 horas da manhã de ontem (dia 19), ele infelizmente faleceu. O que é mais revoltante, é que ele tinha apenas 54 anos de vida.
O velório, para mim, com toda a certeza foi a parte mais dífícil. Ver ele no caixão, pálido, vinte quilos mais magro, com os dedos entrelaçados e a boca costurada. As mãos frias. Sua esposa, seusa familiares, meus pais, nossos amigos, meus avós, chorando. Não me contive. O homem que dizia que viveria 149 anos, ainda que todos soubessem que fosse brincadeira, estava alí, morto. Foram-se os dias em que houviamos sua voz, suas piadas, os dias em que íamos na sua casa e deliciávamos um suculenta picanha, ou uma saborosa costela, que ele fizia com uma facilidade impresionante. Foram-se os dias em que íamos para a praia e encontrariamos ele lá. Hoje, depois de voltar de Balneário Camburiú, onde ele foi cremado (como era sua vontade, para que assim suas cinzas fossem jogadas ao mar), fomos à Gravatá. Praia em que ele tinha casa, onde agora, há cerca de alguns meses, também compramos um apartamento. Não foi a mesma coisa. Não será mais. Saber que estamos indo para lá e saber que não nos encontraremos mais com ele, deixa uma sensação de vazio.
O que me agrada, ao menos, é saber que passamos momentos juntos inequecíveis, e agora mesmo, enquanto olhava as fotos de uma viagem nossa à Itá, senti como se ele tivesse morrido, e sim, como se ele estivesse apenas, longe viajando, como se levaria apenas um tempo para ve-lo novamente aqui em casa. Talvez seja porque a ficha não caiu. É muito difícil pensar que ele está morto, quando penso que a pouco tempo ele ainda estava aqui.
Mas a verdade, por mais dura que seja, é que perdi um amigo, sim, um amigo, um dos melhores. E que se dane a direrença de idade para qualquer que possa pensar que não éramos amigos. A idade, para essas coisas, é só um número. Insignificante.
Essa é minha pequena homenagem pessoal, a um grande amigo. Que se foi, mas nunca será esquecido.

Do Guilherme à quem carinhosamente eu chamava de Chio. (Xiu).